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11/03/2020

Determinadas e atuantes, mulheres se destacam no agro em MS


Seja qual for a área do agronegócio, na pesquisa, no campo, na liderança, na política, dentro ou fora da porteira, as mulheres sul-mato-grossenses se destacam em áreas no setor produtivo, predominantemente ocupadas pelo universo masculino.

De acordo com as informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), atualmente cerca de 19% das propriedades rurais do Estado são comandadas por mulheres, um resultado que, apesar de estar longe do ideal, está acima da média nacional e representa uma evolução significativa frente os anos anteriores, considerando, por exemplo, que o Censo do IBGE de 2006 onde a participação feminina era um pouco superior a 10%.

Em alguns municípios, como Amambai, Coronel Sapucaia e Sidrolândia, para cada 10 estabelecimentos rurais, pelo menos três são liderados por mulheres. Em Nova Alvorada do Sul, município localizado a 115,2 quilômetros de Campo Grande, a participação é de 28,5% e é justamente lá que encontramos um símbolo de superação e determinação: a pecuarista, Dora Bileco.

Força e determinação

Dora Bileco começou sua história no campo, muito cedo, ainda criança, na agricultura familiar. Nascida no Rio Grande do Sul, ainda na infância migrou para Mato Grosso e casou-se com um pecuarista sul-mato-grossense e é mãe de três filhos. Há nove anos, após ficar viúva, viveu uma intensa história de superação, onde a capacitação, a união e a determinação foram elementos importantes para a restruturação de sua propriedade rural, hoje, considerada um exemplo de pecuária intensiva e de tecnologia.

“Em 2009, eu fiquei sozinha com os filhos pequenos para criar”, explica Dora referindo-se ao falecimento de seu esposo, vítima de um acidente. “Nesse período eu já estava formada em arquitetura e urbanismo e já exercia minha profissão em Nova Alvorada do Sul. A fatalidade do acidente me levou a abrir mão da minha profissão e encarar de frente as dificuldades do dia a dia na fazenda”.

Em meio à insegurança, preocupações e até mesmo o sentimento de solidão, Dora não se acovardou diante das dificuldades. “Foram muitas barreiras a serem superadas e eu me perguntava sempre: como fazer para coordenar um serviço de máquina? O que que é uma grade? Como é que toca um trator? Como que compra peça? ”.

Com tantos questionamentos, Dora destaca o caminho tomado para o aprendizado: “Buscava ler, ler e ler. Aprender! Conviver, conversar com pessoas bem-sucedidas e foi assim que, com o tempo, ganhei segurança”. O resultado do esforço é um tripé de conquistas: aprendizado, união da família e a melhoria na estrutura da propriedade rural. “Com isso, conseguimos a melhoria na qualidade de vida, que é o que todo mundo procura”.

Do campo à cidade

Na Associação de Pequenos Produtores e Amigos da Gameleira, a produtora rural, Agnes Cristina Painal Barbosa Candido, deixou a cidade e migrou para o campo em busca de oportunidades e também para unir a família. Mãe de três filhos, ela prioriza a educação e assume o papel de gestora da pequena propriedade de apenas 10 hectares, ficando ao lado do seu esposo, Janderson Candido, presidente da associação.

“Eu vim da cidade para a zona rural, assim que casei com meu esposo, há 12 anos, porque este era um sonho dele, uma vez que ele sempre trabalhou com isso. No começo, a adaptação foi muito difícil, depois eu aprendi a tomar gosto pela terra e hoje em dia eu me sinto muito bem. É muito prazeroso”, afirma Agnes que nasceu em São Paulo e morou a vida toda em Campo Grande.

Agnes relata sua rotina diária na propriedade que aos poucos vem crescendo e aumentando a produção, com qualidade. “Meu marido vai lá e tira o leite. Comigo fica a parte da higiene do material, e o queijo, além de administrar a chácara e a parte de vendas. Eu gerencio a atividade”.

Além disso, Agnes é secretária da Associação e tem literalmente nas mãos o controle das atividades da instituição que reúne 65 famílias. Das dificuldades do campo e de associar a vida pessoal com a profissional, Agnes pontua o que a faz feliz. “A gente tem que rebolar um pouquinho para dar conta de tudo, mas a melhor parte é ser mãe, ficar com eles. Quando eles vêm para a chácara, no final de semana, é muito gostoso ver a interação com os animais. A parte deles aqui é o lazer. Eles vão ter que gostar disso aqui, porque é o futuro deles”.

Amor pelo Agro

São perfis diferentes, mas em comum, Dora e Agnes declaram seu amor pelo campo e a força feminina no desenvolvimento do setor e na superação dos obstáculos. Sobre a vida no campo, Agnes ressalta: “É uma mudança de vida. Às vezes estamos na cidade e as coisas são bem mais difíceis, diferente da dificuldade no campo, aqui batalhamos mais, mas quando seu projeto decola, é gratificante. É uma qualidade de vida diferente”.

Dora aconselha às mulheres que estão ou que desejam entrar no agro, resiliência e dedicação: “É uma batalha árdua, mas a primeira coisa que eu vejo como fundamental, é buscar o conhecimento, ter uma equipe coesa, capacitada, confiar no instinto. Faça do agro o seu mundo e não tenha medo”.

Por: Subsecretaria de Comunicação do Governo do Estado

Foto: Saul Schramm

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